De agora.

Incrível quando a gente toma uma decisão e tudo faz com que se persista nela, como se o universo conspirasse para você se manter firme.
Digo isso porque eu decidi amar livremente, sem rodeios, sem amarras, sem medos e mesmo sem resposta continuar amando, e hoje eu senti na prática algo meio parecido com isso.

Cheguei atrasada (minha marca registrada, chegar atrasada é quase sinônimo de Bruna Barros) na aula de hoje no Sesc e quando eu entrei na sala ela estava escura, e dentro dela tocava uma música calma e simples. Quem abriu a porta para mim foi o professor, um homem alto de barbas e cabelos longos, e ele me explicou a dinâmica e me mandou começar imediatamente. Entrei às cegas. Não sabia quem estava ali, nem onde as pessoas estavam. Saí da claridade rumo à escuridão. A proposta da dinâmica era basicamente essa: dançar às escuras, se alongando, seguindo o ritmo da música. Eu comecei a fazer uns movimentos muito tímida, com medo, mas depois a música mudou, se tornou forte, rápida, e eu ouvia o homem de barbas e cabelos longos gritando: "Vamos, corram! Se entreguem, se permitam, vivam, aproveitem o espaço, o chão, as paredes. Não há ninguém olhando" E eu, cá dentro de mim, pensava "Há todas as pessoas do mundo olhando! Todas as pessoas de dentro de mim." E de fato me entreguei ao escuro sem dó do meu corpo. Foi como se aquele escuro fosse minha vida e o se entregar fosse o compromisso que assumi com ela, de viver e simplesmente amar, como se isso fosse pouca coisa; e é.

Minha vida é uma sala vazia e escura com uma música tocando ao fundo.
Minha vida é uma sala vazia e escura que com um simples pensamento meu, se torna aquilo que eu quiser.
Minha vida é minha.