segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Do mesmo (outro desabafo imbecil)

Não se sabe de onde eu resolvi tirar tanta coragem, sabe? Mas ainda assim eu queria mais. Ainda me sinto fraca, pequena, inútil. Queria não travar em certos momentos, queria ter coragem de encarar certos fatos de frente e não fugir deles, queria ter coragem de me encarar no espelho; não precisa ser nenhum espelho diferente como o de Ojesed, qualquer pedaço de vidro tá valendo. Mas não, eu fujo do meu reflexo, da minha sombra e quero conseguir encarar meu coração. Como? Não sei.

Parece que sempre escolhem o caminho mais difícil por mim, mas no fundo eu sei que quem tá escolhendo isso tudo sou eu. Através de atitudes, palavras e omissões, inclusive.
Não queria mas estou tendo que me acostumar com pouco, tentando fazer que ele renda e supra todas as minhas necessidades. E tenho tentado oferecer tudo e mais um pouco de mim pra ver se ajuda. Se está dando certo? Às vezes me iludo pra dizer que sim, mas não, não tá dando nem um pouco. É como se eu mesma estivesse jogando terra em cima de mim e me ofuscando de tudo o que eu poderia ser, ao invés de usar essa terra pra sair dessa porra desse buraco que eu cavei junto com o mundo.

O foda é você ter consciência de todas as coisas que estão ao seu redor, perceber que as coisas estão tomando aquele rumo indesejado e já anteriormente conhecido e não fazer nada pra que isso mude, não conseguir fazer nada para isso mudar; eu ato minhas próprias mãos e me auto-saboto todos os dias de manhã. Ninguém entenderia se eu tentasse explicar, não sei se quero tentar explicar e me expor a tal ponto, só quero arrumar mais coragem do que essa toda que tá vindo e achar forças pra me encarar de novo; de verdade.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Pois é.

O fato foi que ela tomou coragem e de sopetão admitiu tudo. Pra si mesma e pra quem quisesse ouvir; especialmente quem mais estava envolvido naquela história. Tomou coragem e se colocou na frente, olhou para si antes de qualquer coisa e prezou por ela própria como há muito não fazia, ou como nunca fizera. Pensou pouco, deixou as coisas tomarem o rumo de acordo com o desenrolar dos fatos e foi seguindo seguindo, sem desafinar, o ritmo daquela canção nova que tocava. Não poderia dizer que se sentia feliz de acabar com tudo, mas se sentia bem por seguir a razão dessa vez. Se sentiu mais madura, sim, mais mulher. Pela primeira vez a carapaça de mulher bem resolvida serviu, encaixou de forma perfeita. Ela ainda precisa aprender muito, e admitir isso já um grande passo. Admitir que não se sabe de nada é o primeiro aprendizado.

No dia seguinte ela fraquejou. Chorou lágrimas que acreditava já terem secado e viu que realmente não ia ser fácil. Mas ela sabe que o que for pra ser vai acontecer no tempo certo e que o mundo não acaba amanhã.
Hoje, pela primeira vez em muito tempo, ela sentiu orgulho de si mesma, e sorriu ao se encontrar no espelho.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Aprendiz.

Não admito sentir algo para não sofrer.
Não crio expectativas com medo de me decepcionar. 
Não me permito gostar de ninguém para depois não ter que desgostar.

Falácia, balela, bobagem, nonada, pala, bullshit, conversa fiada, mentira pra boi dormir; pra me enganar (e só a mim).

Como eu pude imaginar que ia conseguir conter o sentimento? Escolher quando e como ele ia aparecer e assim liberar aos pouquinhos, como se eu tirasse colheres de açúcar de dentro de um pote, colocasse no café quente e mexesse vagarosamente para não deixar respingar nenhuma gota? Como pude ser tão tola querendo acreditar nessas bobagens que contei para mim mesma? Quem realmente consegue fazer isso quando existe algo real surgindo dentro de você?

Sentimento não se controla, não se escolhe não se decide. Sentimento vem e quando você percebe não dá pra não criar expectativa nem pra raciocinar se aquilo vale a pena ou não.
Dar nome aos bois (ou não) não vai diminuir ou aumentar o sofrimento ou a sensação. São só rótulos e convenções bestas. O que vale é o que está dentro e é sentido e externado a grandes golpes ou leves gestos.

Não preciso de uma convenção barata para ser feliz. Mas preciso me sentir segura. Estou aprendendo, aos trancos, mas estou.
Preciso botar pra fora o que eu penso, o que eu sou, o que eu sinto e fazer as pessoas felizes para só assim conseguir me sentir completa.

Cansei desse vazio todo que me circunda. Conviver tanto tempo com isso me fez sentir vazia também, incapaz de sentir sinceramente algo.
Cansei de toda essa palhaçada que tem sido tão comum a mim, cansei de ter que me esconder. 
Cansei, sabe? Cansei mesmo e principalmente de ficar de braços cruzados reclamando e não fazer nem falar nada pra mudar essa situação que tanto me incomoda e faz mal. Nada vem de graça, a gente precisa é correr atrás.