quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Desabafo de uma madrugada de trabalho e tédio.


O tédio dessa cidade é algo sufocante, incrível como o Recife dorme. Dez e meia da noite [hora que eu costumo voltar da faculdade], e as ruas já estão desertas, as lojas fechadas, inclusive as farmácias, e poucos são  os supermercados 24 horas.
Essa cidade dorme e faz da minha noite uma agonia. Queria poder sair de madrugada pra olhar as luzes ou pra comer uma pizza num pizzaria 24 horas do lado de uma loja de conveniências de um posto de gasolina.
Ainda esse ano andei pelo meio da avenida paulista fumando um cigarro com duas amigas falando da vida e olhando as pessoas passarem. Era dez pra uma da manhã e havia muito movimento.
O principal movimento noturno pelas ruas Recifenses é dos bandidos.

Outra coisa, todo mundo se conhece, parece até que eu estou numa cidade de interior sentada na frente da minha casa tomando um café e cumprimentando Dona Maria, minha vizinha.
Recife é uma cidade grande com alma de cidade pequena, um ovo, como seus habitantes definem, mas isso nunca havia sido problema pra mim; até agora. É difícil conhecer alguém realmente novo aqui, a não ser que você frequente lugares novos e completamente nada a ver com você [no meu caso são poucas as opções que agradam meu gosto, não que ele seja demasiado refinado, eu sinceramente o classificaria como exageradamente fresco]. Não estou disposta a sair pra ouvir Victor e Leo e ver filhinhos de papai se embebedarem e baterem suas Hilux no prédio do JCPM. Por isso vou aos mesmos lugares de sempre, lugares esse onde o garçom [estimado amigo] sabe mais da minha vida do que eu ,e deve lembrar de coisas que o álcool fez o favor [literalmente falando] de apagar das minhas memórias.

Quero poder sair por aí do jeito que eu quiser sem que ninguém fique reparando em mim pq tem mais com que se preocupar.
Quero ter o direito de não saber quem é meu vizinho de porta.
Quero casar de vestido de noiva e tudo, em alguma avenida movimentada [tipo a Times Square] com direito a padrinhos, e sair andando com eles pra comemorar em algum Bar que toque Jazz.
Quero de volta a liberdade que os olhares alheios me tomaram.
Vida, quero viver.

Um comentário:

  1. VOCÊ FALOU TUDO QUE TÁ ENTALADO NA MINHA GARGANTA, E NO MEU PEITO.

    são paulo cadê você na minha vida? são paulo, te quero de volta. são paulo, vem pra minha vida.

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