E em algum momento daquele dia inútil, que não teve aula nem trabalho, ela tomou o metrô e saiu sem destino pela metrópole. Um zigue-zigue na sua cabeça a impedia de fazer qualquer coisa, e como mexia aquilo, pareciam borboletas tilintando lá dentro. Foi de um terminal a outro e nem se deu conta, e vinham imagens e lembranças. Lembrava dos carinhos, da voz, daqueles beijos que despertavam nela sensações diferentes a cada segundo. Não conseguia verbalizar nada, tinha vontade mas sempre permanecia calada, talvez fosse isso. Como era covarde! Por baixo daquela carapaça forte, da imagem de mulher bem resolvida, morava alguém que não conseguia expressar, ou pior, admitir o que sente.
Desceu numa estação qualquer e saiu andando por entre prédios e pessoas e os observava, seu celular tocou, era ele, mas ela não quis atender. Provavelmente ele não diria o que ela queria que ele falasse, nem ela ia dizer o que estava preso. Se acostumou a apenas ouvir. Muitas vezes queria dizer um "eu te amo", mas ao invés disso ela comentava da música que tocava.
Passou na frente de uma padaria e comprou um sonho e uma coca, ficou horas sentada num banco tentando entender o que sentia. Não sabia o que fazer com tudo aquilo. Queria acender um cigarro, mas havia parado de fumar há três semanas, não tinha nem cigarros nem isqueiro. Pensou em pedir a algum passante, mas desistiu quando seu celular tocou, era ele que ligava de novo, mas dessa vez ela atendeu.
Marcaram de se encontrar num bar próximo à casa dela.
Há tempos ela vem nessa rotina de estar sozinha, de evitar maiores sentimentos (como se isso fosse algo completamente controlável, até parece). São somente ela e o gato. Só ele que por vezes aparece e faz rebuliço, faz ela se dar conta de que ela não controla o amor, é exatamente o contrário, e que cada amor vem de um jeito, é de um jeito seu e próprio. Ela gosta, mas não sabe dizer se ia conseguir colocar ele na sua rotina. Na verdade, exceto o trabalho e a faculdade, nada na vida dela respeita rotina. E além do mais, amor quando cai na rotina perde a graça, a mágica, o tesão mesmo. Ela odeia rotinas; o amor nem sabe o que é.
No bar conversaram muito, sobre todas as coisas.Como morava longe, não havia mais ônibus e ele estava sem carro, ele foi para a casa dela. Depois de muitos carinhos e palavra nenhuma, adormeceram juntos. Ao acordar, ela se viu sozinha na cama, ao lado, na mesa de cabeceira, havia um jasmim.
Há tempos ela vem nessa rotina de estar sozinha, de evitar maiores sentimentos (como se isso fosse algo completamente controlável, até parece). São somente ela e o gato. Só ele que por vezes aparece e faz rebuliço, faz ela se dar conta de que ela não controla o amor, é exatamente o contrário, e que cada amor vem de um jeito, é de um jeito seu e próprio. Ela gosta, mas não sabe dizer se ia conseguir colocar ele na sua rotina. Na verdade, exceto o trabalho e a faculdade, nada na vida dela respeita rotina. E além do mais, amor quando cai na rotina perde a graça, a mágica, o tesão mesmo. Ela odeia rotinas; o amor nem sabe o que é.
No bar conversaram muito, sobre todas as coisas.Como morava longe, não havia mais ônibus e ele estava sem carro, ele foi para a casa dela. Depois de muitos carinhos e palavra nenhuma, adormeceram juntos. Ao acordar, ela se viu sozinha na cama, ao lado, na mesa de cabeceira, havia um jasmim.
Era uma resposta, algumas coisas é melhor não se dizer, só se deixar sentir.
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