terça-feira, 28 de julho de 2009

Mora na filosofia.


Eu deveria estar falando de como foi bom Garanhuns, ou fazendo alguma coisa pro Garagem, famoso bar de fim de noite do Recife que não somente fechou as portas, foi demolido pela prefeitura e hoje é apenas um terreno ao lado do Capibaribe. Mas não, alguma coisa dentro de mim grita pra sair e eu não sei direito o que é, só sei que eu precisava escrever, qualquer coisa que fosse...

Eu estou me sabotando, estou me jogando fora. Não quero isso, verdadeiramente não. Mas tem sido mais forte que eu. Nada que eu faço me faz ter prazer suficiente pra que eu relaxe e apenas curta; não, sempre tem alguma coisa dentro de mim que não me permite viver.

Estou me exergando suja, estragada como se tivesse passado da validade. Não gostar de si próprio é difícil, sabiam? O silêncio é uma tortura, por isso eu ouço música, eu tô com um livro de palavras cruzadas de 150 páginas, eu tenho lido muito, visto tantos filmes e seriados, fumado tanto, ficado bêbada com frequência, etc. É tudo parte de uma fuga da realidade, mas uma realidade que eu nem sei se é real, na verdade acho que é uma realidade que eu criei dentro da minha cabeça, fictícia, e que eu tô forçando pra que ela exista. A vontade que dá é de quebrar o espelho, mas eu sei, não iria adiantar.

Preciso parar com isso, antes que isso pare comigo.
"Pra quê rimar amor e dor?"

3 comentários:

  1. cê vai parar com isso, e eu vou ajudar
    te amo.

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  2. Bruna,

    Achei por acaso teu blog, procurando informações sobre Ossanha no google. Ainda tô passeando aí pelas tuas palavras, mas desse texto só me deu vontade de te enviar esse poema de Pessoa:

    O Quinto Império

    Triste de quem vive em casa,
    Contente com o seu lar,
    Sem que um sonho, no erguer de asa,
    Faça até mais rubra a brasa
    Da lareira a abandonar!

    Triste de quem é feliz!
    Vive porque a vida dura.
    Nada na alma lhe diz
    Mais que a lição da raíz --
    Ter por vida sepultura.

    Eras sobre eras se somen
    No tempo que em eras vem.
    Ser descontente é ser homem.
    Que as forças cegas se domem
    Pela visão que a alma tem!

    E assim, passados os quatro
    Tempos do ser que sonhou,
    A terra será teatro
    Do dia claro, que no atro
    Da erma noite começou.

    Grécia, Roma, Cristandade,
    Europa -- os quatro se vão
    Para onde vai toda idade.
    Quem vem viver a verdade
    Que morreu D. Sebastião?

    Vou dar uma passeada aí pelo teu blog.
    Tchau!

    PS: eu até escrevi sobre a demolição do Garagem, mas não foi no meu blog pessoal, o "desterritorio", foi no Acerto de Contas, um outro blog, que trabalho.

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  3. Saiba que enquanto o sol brilhar, você brilhará com ele. Sei que mundos fictícios aparecem em nossas cabeças de tempos em tempos, mas lembre-se que no mundo real existem várias pessoas que precisam de você, que amam você. Você é indispensável! :)

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